sexta-feira, 3 de abril de 2009

Linguismo (antes da nova ortografia....)

Anglicismos, galicismos ou quaisquer "ismos" (até radicalismos, e outros abismos) não afligem a minha refeição de letrinha, por causa da origem da minha educação, que de berço já me deu uma mão. Então, sem qualquer espanto, me encanto com o mouse todo dia, pra dar bonjour, com alegria; e na hora de restartar, ligo o abajur da fantasia, e deleto da memória o que for off na história.

Nada contra, portando, aos tantos “ismos” abrasileirados, e que estão por aí espalhados, e os que também, tão bem, foram adaptados, ou mantiveram a sua originalidade, com ou sem tradução dos lingüistas de plantão. Pra mim tanto faz, ainda mais que, em qualquer que seja a singularidade, tenho uma tremenda dificuldade para escrevê-los corretamente, embora que, ultimamente, os meus acertos tenham sido mais freqüentes. Os coquetéis, há muito estão resolvidos, em que pese existirem os fiéis que preferem escrever Cocktails. Mas, aí já é demais, se bem que é até preferível encará-lo, do que optar pelo preto básico só pra tomar rabo de galo. É dose, assim também não. Logo, que fiquem com o galicismo da expressão.

Na linguagem livre há que se ter um certo tempero, embora, às vezes, contemplo algum exagero, como delivery, por exemplo. Para as pessoas que usam tal expressão tenho, de ante-mão, um diagnóstico: eles acreditam que “entrega em domicílio” é pernóstico. Então, não se trata de anglicismo ou galicismo, mas de puro modismo do falar, já que seria muito mais agradável apenas “entregar as compras em seu lar”.

Quer outra fluente expressão que incomoda, mas que entrou, literalmente, na onda da moda? Sale para a surrada promoção. Assim a loja não inova; enoja, e por certo não desova o produto da liquidação. Imagine e filosofe: as vitrines cobertas com papel de embrulho, e lá dentro um monte de bagulho com preços em off. É um horror, o maior terror na visão do cão; e todos, claro, preferem o velho e tradicional balcão. Não é por nada, não, mas a gente pensa que o tal do off é o mesmo dos aparelhos de gravação, e que a loja, na verdade, está desligada. Estabelecimento fechado não vende, e o lojista que não entende que as tais expressões toscas estão deixando sua loja às moscas, reclama da freguesia e diz que a economia vai mal. Bem feito, porque desse jeito ele não ganha o freguês, a não ser que volte a escrever o bom e velho português, e dê um stop no inglês.

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